Companhia das Ilhas, 2016. |
São várias as
histórias/contos que povoam este universo de João Habitualmente, editado agora
pela Companhia das Ilhas. Os títulos deste “Pulsos Fistréticos - Contos Maléficos” anunciam várias narrativas:
“Leocádia, a Streaper Rural”, “Desidério, o Filósofo do Planalto”, “Antenor, o
Combatente da Esperança”, “Oleksiy, o Trapezista do Betão”, “Depois dos
Diálogos com o Musgo”, “Train Trip”, “Do Outro Mundo”, “Últimas Palavras”. São
160 páginas de puro deleite narrativo e prazer da leitura, tal como se pode ler em “Oleksiy,
o Trapezista do Betão”: “Às quatro em
ponto parou para beber água. Miríades de gotículas formavam um diadema aquoso
por toda a testa. Descontraiu-se, expandiu o olhar pelos campos em redor.
Daquela altura podia vê-los a desdobrarem-se em tons amarelados até à linha da
costa. Em paz contemplativa, espraiou-se no andaime como quando, nas noites de
friagem de Zaropigia, se reclinava no sofá a aquecer a vodka na crepitação da
lareira. Da carcaça do edifício brotava agora a dolência melancólica dum fado,
bruscamente interrompido pelo sinal horário. «São 16 horas no continente e na
Madeira, 15 nos Açores». Onde seriam os Açores?” Boa malha!
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