Fotografia Carlos Olyveira |
Devia ser um adolescente a tropeçar de ternura quando a poesia dele me chegou às mãos. Não sabia, à altura, que a poesia podia descer às catacumbas, às tascas, ao povo-léu. A partir daí, comecei a levá-lo comigo para todo o lado, pois "há mar e mar, há ir e voltar". Até que em Coimbra decidimos fazer um recital com os seus poemas - eu, a Ilda Teixeira e o José António Mariz. Recordo-me de ter entrado de bicicleta pelo Café Santa Cruz e ainda de lançarmos uma máquina de escrever Remington pelo ar. Descobri também que ele era o autor do poema de "Belarmino", título de um filme maravilhoso do Fernando Lopes e, mais recentemente, de uma canção dos Linda Martini. Dele sei alguns poemas de cor, decorados pelo coração, tal como reconheço nele alguma mágoa pelo país adiado que somos. Ao longo dos tempos coleccionei textos, artigos, homenagens que lhe fizeram ao longo dos anos passados. E como perfaz no próximos domingo trinta anos, número redondo, desde que o seu coração deixou de bater no Hospital Egas Moniz, iremos juntar-nos para ler alguns dos seus textos, lembrar a sua vida, evocarmos a sua biografia. O Alexandre bem merece!
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