Fotografia Carlos Olyveira |
“Daqui a um
mês estaremos prontos” - é este o pensamento geral de todos os que se
juntaram para fazer esta peça intitulada de Sala de Embarque. No entanto, sentimos que
trabalhar neste período é ingrato dadas as solicitações e sugestões inerentes
ao período da canícula. O tempo é, maioritariamente, vivido no exterior com
toda a inquietude e humidade provocada pelas oscilações climatéricas, à semelhança da vida do caracol cantada magistralmente na excelsa voz do Carlinhos Medeiros: “A
vida do caracol/É uma vida arrastada, /Anda com a casa às costas/Onde quer faz
a morada.” E, por isso, pacientes, caminhamos lentamente, com as pausas e os “desvios”
típicos do Estio.
Desta feita, o texto da
Sala de Embarque tem mais uma nova versão e, por sinal, mais uma impressão. Os
cafés ajudam a clarificar o sentido do texto, a orientar para os seus meios e
fins, a lembrar que também estes estão presentes enquanto evocação do tempo e
de memória, pois tal como diz o personagem de “O Velho" quase no final: “Ao fim
da tarde, reuníamo-nos todos nos cafés, com aulas ou sem aulas. Os cafés
daquele tempo eram frequentados por toda a gente sem distinção social, a nossa
presença amiúde era uma forma de mantermos o contacto diário e de despertarmos
a curiosidade uns dos outros sobre aquilo que nos apetecia saber e fazer. Quem
é que hoje se encontra? Agora é cada um por si…” E agora, que ainda é de manhã, antes das
compras para a semana, aqui fica este registo fotográfico, a imagem dessa comparência e a mola necessária para mais uma leitura.
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