A sala do Teatro
Micaelense estava bem composta para escutar, em final da tournée, a cantora Aline
Frazão. No culminar de quase duas horas de concerto, o público presente rendeu-se
à cantora angolana que provou em palco, a razão porque cantar para si, é sinal de vitalidade e expressão, imprescindível, portanto, para seguir vivendo, não
terminasse ela o concerto em encore com “Minha Voz, Minha Vida”, tema de Caetano Veloso,
escrito para Gal Costa. Aline Frazão soube criar conexão com o público,
percorreu com as canções os seus três discos e, claro, deu enfoque especial a este
último “Insular”, editado em 2015 e gravado no estúdio "Sound of Jura", na Ilha de Jura, na Escócia. A cantora demonstrou não ter medo de assumir em palco as suas posições
sobre o mundo e, em particular, sobre a vida política e social do seu país tal como ainda teve o
condão de nos embriagar de encanto com os temas “O Homem que Queria um Barco”, a
partir do conto de José Saramago – “Conto da Ilha Desconhecida” e " A Louca", a partir de um texto da cantora de rap Capicua. Como sinal de
descoberta e pura criatividade ainda o bonito desenho da capa e restantes aguarelas no interior do disco “Insular”, pois são da autoria de António Jorge Gonçalves, mentor e responsável,
conjuntamente com a actriz Ana Brandão, do espectáculo “Barriga de Baleia”, que
uns quantos afortunados, bem como demais criançada, puderam também assistir, nesta mesma sala, a meio deste mês de Outubro.
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