Enviaram-me um poema de Londres a
anunciar
a comoção dos pássaros à chegada
e demais versos sobre periferias
abandonadas
com raparigas dengosas à janela
num universo cada vez mais
supérfluo
em expansão.
Às vezes acreditamos que o melhor ainda
está para vir
a desenvoltura das ruas, a ligeireza dos
corpos
enganamos a palidez do voo com penas e
asas
ditos por ornitólogos ao
entardecer na amurada do cais
consumidos por mazelas, presságios e
ruínas
arautos de água pouco fértil,
a escorrer pelos campos e veredas
no desfecho de uma primavera que se quis
ausente.
12 de Abril de 2017, na Tascá.
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