"Não há dúvida que no cinema português dos anos 2000, alojado no coração da sua vitalidade produtiva e em alguns dos seus sucessos internacionais, vislumbramos os riscos de uma academismo daquilo que foi anteriormente, praticado por cineastas muito conscientes do valor das exigências formais herdadas, hábeis no seu artesanato, e assim, portadores de um saber incontestável, também ele herdado.
No entanto, como o mostra o filme de Pedro Pinho A Fábrica do Nada, concluído na Primavera de 2017 e apoiado na inspiração e trabalho colectivo dos seus amigos da produtora TerraTreme, estas qualidades adquiridas (exigência formal, habilidade e saber de artesãos) podem ser convocadas por uma sinceridade criadora perante o risco de academismo, de modo a indicarem então a via de uma contra-tendência."
Jacques Lemière in O Cinema Português em Écran Panorâmico, revista Electra, Março 2018.
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