Há dias
despedimo-nos de Bruno da Ponte, mais um amigo que vai fazer falta. O Bruno
tinha formação em Economia mas foi na área cultural a que dedicou a maior parte
do seu trabalho. Bruno da Ponte trabalhou assim toda a vida enquanto editor,
tradutor, jornalista, e coordenador de tantas editoras – Minotauro, Teorema ou
as Edições Salamandra. Comecei, primeiro, por vê-lo na Associação Cultural
Abril em Maio, em Lisboa, à altura, rua da Verónica, onde lançou as sementes de muitas coisas bonitas,
entre elas uma agenda repleta de manifestos, mas foi na sua terra natal (São
Miguel) que falei com ele pela primeira vez numa rua de Ponta Delgada, acidentalmente. Foi com alegria que aceitou o convite para colaborar
e escrever para o Boletim Cultural Fazendo, sediado na Ilha do Faial, do qual
foi sempre um leitor e entusiasta. Ele que durante anos esteve ligado a 121 publicações
relacionadas com os Açores através da colecção Garajau, e, como tão bem escreveu Onésimo Teotónio de Almeida, estabeleceu uma verdadeira ponte entre o
arquipélago e o continente português. O Bruno da Ponte foi um verdadeiro amante
das artes e das letras e, recordo, por isso, o quanto era delicioso e instigante
ouvi-lo discorrer sobre qualquer assunto ou tema literário. Saudades!
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