quinta-feira, 13 de outubro de 2022

"No País de Alice" de Rui Simões


    No País de Alice é um bonito filme! E, ultimamente, não abundam filmes bonitos! É um filme para todos aqueles que ainda gostam 
muito de Portugal, uma declaração de amor a este país antigo com séculos de história, um cartão postal apaixonado em forma de poema visual para um país que não desiste das suas raízes, que não renega, mas, sim, exalta a valorização do seu território periférico e que, por sinal, ainda não vacilou completamente perante uma globalização que tudo oblitera, uniformiza e condena ao desaparecimento.
Neste documentário de quase duas horas, o realizador socorre-se da sua filha para mostrar este bonito país que se recusa a desaparecer. Para dar conta desse testemunho, Rui Simões viajou com Alice para lhe mostrar uma paisagem rica e variada, que vai dos Açores a Pitões das Júnias, passa pelo Soajo, Aveiro, Idanha-a-Nova e Belgais, para depois se encerrar em Lisboa, por motivos do pesadelo inicial da pandemia da Covid-19. Mas nem só de história e tradição vive  este “No País de Alice” – essencialmente na força das filarmónicas e dos caretos – já que  também arrisca com os nómadas digitais que se afastam dos grandes centros para viver junto da natureza ou a ideia do guardião do tejo que usa as redes para denunciar a poluição, para lá da galeria de imagens e de afetos do fotógrafo Álvaro Rosendo, ainda a escola de música de Belgais, pela mão de Maria João Pires, que nos traz a arte de viver. E, por falar em música, nada mais imprevisto e entusiasmante do que seguir estas imagens acompanhadas pela sonoridade dos Dead Combo, na guitarra mítico-mágica de Tó Trips, para além do desfecho desesperante e sombrio pela voz de Nick Cave.
 Última nota para aludir que o filme foi exibido em antestreia nacional na sala 2 do Teatro Ribeiragrandense, e que, ainda dentro deste ciclo de documentários promovidos pelo Clube de Cinema local, exibirá já esta sexta-feira, outro belo e instigante documentário intitulado - “Les Açores de Madredeus”, de Rob Rombout que, à semelhança de Rui Simões, também ele, estará presente para falar com o público açoriano.  

terça-feira, 11 de outubro de 2022

“Les Açores de Madredeus”, de Rob Rombout, no Ribeiragrandense


           “Les Açores de Madredeus”, documentário de Rob Rombout, será exibido na sala 2 do Teatro Ribeiragrandense, no dia 14 de outubro, sexta-feira, às 20h30, numa sessão do Clube de Cinema da Ribeira Grande. 
              Esta obra cinematográfica, rodada no arquipélago açoriano, documenta as origens e o percurso da banda portuguesa mais internacional de sempre - os Madredeus. Ao longo de quarenta minutos acompanhamos a paisagem açoriana e os seus lugares emblemáticos, povoados por uma banda sonora por nós reconhecível.
    A sessão contará ainda com a presença do documentarista Rob Rombout, nascido em Amesterdão, em 1953, professor e habitante da cidade belga de Bruxelas, desde 1975.  O realizador de filmes documentais, há mais de três décadas, é também professor na St. Lukas, escola de cinema e arte de Bruxelas (LUCA). Este já realizou mais de trinta documentários, sendo que grande maioria dos seus documentários já foi exibida nos canais televisivos e salas de cinema de todo o mundo.