Um medo de morrer meus pés esfriava
Noite alta. Ante o telúrico recorte,
Na diuturna discórdia, a equórea coorte
Atordoadamente ribombava
Noite alta. Ante o telúrico recorte,
Na diuturna discórdia, a equórea coorte
Atordoadamente ribombava
Eu, ególatra, céptico, cismava
Em meu destino!...O vento estava forte
E aquela Matemática da Morte
Com os seus números negros, me assombrava!
Em meu destino!...O vento estava forte
E aquela Matemática da Morte
Com os seus números negros, me assombrava!
Mas a alga usufrutuária dos oceanos
E os malacopterígios subraquianos
Que um castigo da espécie emudeceu
No eterno horror das convulsões marítimas
Pareciam também corpos de vítimas
Condenadas à Morte, assim como eu!
Augusto dos Anjos in Doutor Tristeza, Mia Soave, Novembro de 2015
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