"Nos dias seguintes, continuou a caminhar diariamente como uma bússola sem agulha, nada muda, nada mudou, mas hesitava a cada curva, fingia olhar para as paredes ou tentava fazer sociologia urbana a partir de um bloco de cimento se necessário. Às vezes, procurava pormenores de beleza, detalhes que se firmassem no cérebro, que enganassem a loucura daquilo que fizera: atravessar os céus à procura de uma desconhecida que não lhe era nada. Se lhe tinha parecido fazer algum sentido nos Açores, agora via claramente o vácuo e o despropósito. Era o que dava levar com uma tempestade na cabeça. Ter-se-ia julgado uma mão do destino?"
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