Numa ilha onde ver cinema contemporâneo de qualidade
na tela grande – seja lá o que isso for – tornou-se uma raridade, melhor, um verdadeiro motivo de festa, razão de regozijo, ou até mesmo surpresa, o
aparecimento e visionamento deste objecto documental “Cine Teatro Açor: Passado, Presente e
Futuro”, de Isabel Medeiros, Carlota Blanc e Claudio Hochman, resultou, por
isso, fundamental e incisivo para compreender o estado atual a que chegou a exibição de filmes e cinema neste reduto insular.
O Cine Teatro Açor teve origem nos idos anos 40 do século passado na freguesia das Capelas, pela mão de Henrique Costa Melo que, a partir de um celeiro edificou um cineteatro, servindo este, durante décadas, de ponto de encontro da sétima arte em toda a costa norte. A partir dos anos 90, com o aparecimento das cassetes de vídeo e dos canais televisivos, o cinema ficou reduzido a exibições esporádicas e às salas dos centros comerciais, não mais voltando a ter o fulgor de antigamente.
“Cine Teatro Açor: Passado, Presente e
Futuro” de Isabel Medeiros, Carlota Blanc e Claudio Hochman é um documento
visual comprometido com o local, a freguesia das Capelas, conta com a duração
de setenta minutos e começa por dar voz a duas crianças que nos falam sobre o
propósito da realização de um documentário e da forma como este pode ser
divertido para quem o assiste. Estes chegam, inclusive, a fornecer ideias sobre a sua eventual recuperação e o modo de angariar fundos. É certo que estas agarram o espectador pela
forma como estabelecem um diálogo pleno de fantasioso, sendo este um trabalho
sensível de auscultação de memórias,
pesquisa e investigação do seu passado, ainda a observação e análise do edifício e dos
seus objetos interiores, num registo que reforça sobretudo o caleidoscópio de visões e as
possibilidades futuras que o espaço ainda reserva e potencia. Quem responde: ainda há porvir para o Cine Teatro Açor?
O Cine Teatro Açor teve origem nos idos anos 40 do século passado na freguesia das Capelas, pela mão de Henrique Costa Melo que, a partir de um celeiro edificou um cineteatro, servindo este, durante décadas, de ponto de encontro da sétima arte em toda a costa norte. A partir dos anos 90, com o aparecimento das cassetes de vídeo e dos canais televisivos, o cinema ficou reduzido a exibições esporádicas e às salas dos centros comerciais, não mais voltando a ter o fulgor de antigamente.
Foto de Glenn Rovroy em flick.com |
Sem comentários:
Enviar um comentário