“O conhecimento exponencial da mediação
tecnológica significa que a grande maioria das nossas interações com o mundo
exterior e, até com os nossos mundos pessoais e subjetivos, é quase
exclusivamente percepcionada através de um ecrã. A realidade tornou-se o que é
visível e partilhado nos pequenos retângulos de vidro negro que seguramos nas
nossas mãos e guardamos nos nossos bolsos. A arte contemporânea incorporou essa
mudança no modo como hoje entendemos – o mundo: as obras de arte
sofisticadamente tecnológicas são agora a norma nos museus, galerias, bienais e
feiras de arte em todo o mundo. Significa isto que os trabalhos artísticos não
mediados pela tecnologia perderam o seu lugar nas sociedades contemporâneas?
Serão eles apenas testemunhos de um passado analógico votado ao abandono e
esquecimento?”
João Mourão,
“Desenhos concretos para futuros incertos”, abril-setembro, uma trilogia de
exposições, Centro de Artes Contemporâneas, Arquipélago, Ribeira Grande.
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