Longe a longe
ler a última página do jornal
acenar aos primeiros veleiros da manhã
fazer cócegas no pescoço da memória
evidenciar o azul celeste do oceano
erguer a janela com o raiar da aurora
reconhecer os lábios vermelhos da juventude
longe a longe
apertar os botões do casaco um a um
bater no peito como no tambor da infância
avistar golfinhos à distância de um pulmão
verter lágrima e o berro cristalizado
despertar do sono e da tempestade
começar a andar descalço até ficar sem chão.
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