Fotografia de Tiago Rodrigues |
São horas dolentes à janela,
retendo
A luz da tensa espera em prumo
claro
Jangadas de esperança em fina
ardência
Que da torrente se anunciam
fulgurantes
Acelerada combustão
Trazem com elas sal à memória
Luminosos dias que se apagaram
O vento que soprava a favor,
amainou,
A carga dos cargueiros ao cair da
tarde
E o baloiço infantil em pleno
porto
Baloiçando
Tantas vezes denunciam as horas
A infinita tristeza dos girassóis
Daqueles que se inclinam à noite
Ou dos que raramente se escondem
Expondo-se de forma desdenhosa
À claridade
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