os naufrágios nas gavetas
tomam o ritmo dos dias
na neblina de seu seio
a nudez e a luz
confundem-se nas camadas
do agnosticismo natural das coisas
(deus não é eterno
por detrás
das colinas do medo)
a distância
sobejando as
trevas
feitas da prata e dos teus ossos
numa escura condensação
de ecos
e silêncios
germina-se ou derrama-se
o interior
das coisas
conforme o sangue
ou as lágrimas
quando se adia o silêncio ofegante
das consequências
invocamos casas
melodiosamente desconhecidas
nas esquinas
quando surgem teus olhos
tua voz
inteiros concretos palpáveis
e juntos rompemos as palavras
das extensas narrativas do tempo
a distância
feitas da prata e dos teus ossos
numa escura condensação
de ecos
e silêncios
germina-se ou derrama-se
conforme o sangue
ou as lágrimas
quando se adia o silêncio ofegante
das consequências
invocamos casas
melodiosamente desconhecidas
nas esquinas
quando surgem teus olhos
tua voz
inteiros concretos palpáveis
e juntos rompemos as palavras
das extensas narrativas do tempo
Leonardo Sousa in “há-de flutuar uma
cidade no crepúsculo da vida”, Letras Lavadas, 2013.
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