Dão, Dão
Triste vida
a do marujo
Qual delas a
mais cansada
Por mor da
triste soldada
Às
tempestades! Às tempestades!
Dão, Dão.
Andar à
chuva e aos ventos
Quer de
verão, quer de inverno
Parece o
próprio inferno
Às
tempestades! Às tempestades
Dão, Dão.
Passam-se
dias inteiros
Sem se poder
cozinhar
Nem tão
pouco mal assar
Nossas
comidas! Nossas comidas!
Dão! Dão!
E quando
mestre de estribe
Dizendo
desta maneira
Moço ferra
subideira
Ao joanete,
ao joanete
Dão, dão.
Tão bem
prega seu falsete
Por não mais
poder gritar
Cada qual ao
seu lugar
Até ver isto, até ver
isto.
Dão, Dão.
Dão, Dão.
Lembrar-me
certas senhoras
Com quem me
dava em terra
Agora me
fazem guerra
Ao meu
dinheiro, ao meu
dinheiro.
Dão, Dão.
Quem
aumentou esta cantiga
Foi um pobre
marinheiro
Toda a vida
embarcado
Sem ter
dinheiro,
Dão, Dão.
Tema popular florentino pertencente ao Cancioneiro Açoriano, recriado por Carlinhos Medeiros in Cantar Na M´Incomoda, 1998.
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