terça-feira, 6 de outubro de 2015

Cantar com a Patti Smith…

     “Talvez seja uma utopia do contra, mais uma para a oposição do que para um governo, mas votar também é dizer não (como não votar pode ser) e, ainda que eu não votasse neles para o governo, vários candidatos, do Livre ao PCP, passando pelo Bloco, me parecem óptimos para essa resistência: zero retrocesso na lei do aborto, direitos plenos para os homossexuais, defesa do Estado Social, barreira contra os desmandos da Banca, a antítese de uma cultura agradecida, decorativa, ufanista. A propósito, Pàf assenta como uma bofetada nesta coligação. Portugal à frente de quê e para quê? Da quantidade de portugueses que esta coligação fez sentir a mais? Será a diferença entre patrioteiros e patriotas, mas sobre isso não me alongo. A ideia de pátria não me interessa, o nacionalismo não ama mais, confina e distingue. Interessa-me a ideia de amor a um lugar que se liga aos outros por isso mesmo, não tem medo de se perder, está em toda a parte: partir porque é bom, ficar porque é melhor. A vontade é que faz a casa. E aí podemos todos cantar com a Patti Smith "people have power". Somos nós e não há outros.”

Alexandra Lucas Coelho in P2, dia 4 de Outubro de 2015

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