“Diz-se que certos indivíduos, que ao chegarem às Furnas parecem
montanhas de carne, no regresso a suas casas vão de tal modo magros que quase
os desconhecem os seus amigos. O processo consistiu em permanecer de molho umas
horas por dia em águas muito quentes, deixando depois que por espaço de mais
uma ou duas horas se opere o suadoiro de expurgo, para o que o paciente se
embrulha em grossos casacões de lã e envolve a cabeça e o pescoço em toalhas.
Os banhos produzem nestas pessoas um desgaste de reservas corpóreas semelhante
ao que a fome no Inverno causa num arganaz hibernante.”
in Um Inverno nos Açores e Um Verão no Vale das Furnas, de Joseph e Henry Bullar, edição do
Instituto Cultural de Ponta Delgada, Ilha de São Miguel, Açores, 1986.
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