Fotografia de Carlos Olyveira |
Estamos diariamente gratos ao Pedro Bento da Galeria
Arco Oito, pela disponibilidade com que nos cede este barracão para preparar
este espectáculo que pretendemos levar ao público em Agosto. E acontece que
enquanto ensaiamos há pessoas que entram para espreitar e ver o que se passa
por ali ou, simplesmente, fazer perguntas. Há dias, foi o caso do simpático
irlandês, Steve, professor de inglês em Estocolmo (Suécia) e que veio
interrogar-nos se podia beber um mojito antes do jantar. Após conversar
connosco, revelou-nos que tinha lido a sugestão num artigo no jornal britânco “The
Guardian”. Ele não sabia que a Galeria Arco 8 existia há trinta anos, há dez naquela freguesia de Santa Clara, e que pautou o seu encontro com o público pela surpresa, pela
criatividade e originalidade. À altura da sua criação começou por ser um espaço
dedicado artes plásticas mas logo se abriu a diferentes artes, sensibilidades e
público. Hoje é um nome incontornável na oferta cultural e nas noites
alternativas da ilha.
E no oitavo ensaio o texto fluiu…soltou-se, ninguém
estava à espera, tal a surpresa, nenhum de nós queria acreditar que esta nossa
empreitada cresce, levanta voo, entra em velocidade de cruzeiro. Ganha vida, autonomia. Aqui encontramos Liliana Janeiro, incansável, alinhando as notas,
apresentando sugestões ao grupo, insistindo nas repetições das cenas e
marcações.Aqui constatamos a proximidade entre o que chamamos vida e o teatro, isto
é a vida que entra nas artes do palco e aquilo que há de “teatral” na vida.
Todos nós sentimos que o teatro existe no presente ou não existe. Agora já não
podemos voltar atrás. Ontem, vimos os
primeiros frutos do trabalho efectuado, os resultados começam agora aparecer. E
terminámos o ensaio satisfeitos.
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