Não falaram muito. Guardaram cada um,
na escuridão da noite de Ferragosto,
as últimas palavras.
Nas suas línguas estrangeiras cercaram
regiões. Reservas de lugares que aproximaram
de cada um a sua deriva, na festa,
na Piazza S. Lorenzo.
Um último gesto - aceno e acento final.
Que a vida, no Verão, é uma iminência
entre horários de comboios e o peso
das mochilas.
Mais tarde, sob o céu nocturno junto
ao Panteon, voltei a vê-lo:
-Riscava fósforos. Para acender a noite.
Rui Miguel Ribeiro, in Europa e Mais 3 Poemas, Letra Livre, 2007
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