terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

ΠΑΤΡΑ

Porto de Patras, um súbito desejo de escrita.
Uma vontade de registo:
             - Os lençóis deixados no leito
             com as frases de uma noite; o sol
             olhado do extremo do Verão que
              cega um declínio.
À partida, na largura azul do Mediterrâneo,
o alongamento até ao limite que se desprende
do seu fundo, não abandona os fragmentos.

Como cristais soltos de uma relíquia,
a respiração segue descompassada do
ritmo do mar. Forma o ritual de um sonho
no espaço de um destino:
- O golpe seco de um amor.

Rui Miguel Ribeiro, Europa e Mais Três Poemas, Letra Livre, Novembro de 2017.

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