comecei duas listas, e até hoje mantenho
numa delas estão os nomes
de todas as pessoas que amei na vida
e que me amaram de volta.
na outra, os nomes das pessoas próximas de mim
que morreram.
até aos trinta, a primeira lista abria grande e crescente vantagem
sobre a segunda.
até aos quarenta a vantagem permanecia grande
mas deixou de aumentar.
aos cinquenta a lista dos meus mortos pela primeira vez
alcançou a dos amores, e
aos sessenta finalmente tomou a dianteira.
hoje, pela primeira vez,
um nome se repetiu nas duas.
Luca
Argel, in
Flanzine, nº18, Dezembro de 2018
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