“Aquele professor não metia à força
o saber, oferecia o que sabia. Era menos professor do que trovador – um
daqueles prestidigitadores de palavras que frequentavam as hospedarias dos
caminhos de Santiago e que cantavam canções de gesta aos peregrinos analfabetos.
Como tudo tem de ter um início,
todos os anos reunia o seu pequeno rebanho nas origens orais do romance. A sua
voz, como a dos trovadores, dirigia-se a um publico que não sabia ler. Abria
olhos. Acendia lanternas. Dirigia as suas gentes pela rota dos livros,
peregrinação sem fim nem certezas, encaminhamento do homem para o homem.
-O mais importante, era ele ler
para nós em voz alta, era a confiança que ele colocava imediatamente no nosso
desejo de compreender…O homem que lê em voz alta eleva-nos à altura do livro.
Ele dá verdadeiramente a ler!”
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