quarta-feira, 22 de maio de 2019

Nómadas

Só o amor pára o tempo (só
ele detém a voragem)
rasgámos cidades a meio
(cruzámos rios e lagos)
disponíveis para lugares com nomes
impronunciáveis. É preciso percorrer os mapas
mais ao acaso
(jamais evitar fronteiras
nunca ficar para trás)
tudo nos deve assombrar como
neve
em Abril. Só o amor pára o tempo só
nele perdura o enigma
(lançar pedras sem forma e o lago
devolver círculos).

João Luís Barreto Guimarães, in O Tempo Avança por Sílabas, Quetzal, 2019.
(Poema inserido na revista LER, Inverno/Primavera, nº152)

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