Há
mais de três décadas que foi cometido o homicídio de Olof Palme,
primeiro-ministro sueco, à porta do Grand Cinema, na cidade de Estocolmo, na Suécia. O crime deu-se pelas costas quando se encontrava acompanhado pela sua mulher à
porta do cinema. Passaram-se, assim, muitos carnavais e até hoje ninguém foi capaz de deslindar o autor dos disparos. As investigações já trouxeram mais de cem autores confessos de quem não se obteve qualquer prova evidente. Segundo os jornais de hoje, a
polícia sueca tem novidades para os dias que se avizinham e encerrar o caso. Entretanto, a Europa parece lentamente
recuperar esse testemunho de uma social-democracia avançada, sob o signo
de Palme e Willy Brandt. Sobre Olof
Palme, sabemos que foi um primeiro ministro que saía à rua sem guarda-costas e
que ia muitas vezes ao cinema de metro. Conhecido pelo seu exemplar serviço e dedicação à causa pública,
simboliza ainda hoje o exercício e a prática do que melhor ficou da social-democracia. Defensor do Estado
Social que deve assegurar o Serviço Nacional de Saúde e da Educação aos seus concidadãos, tal como o cuidado e a protecção aos mais velhos, o reforço da educação das crianças e
adolescentes, o auxílio aos mais desfavorecidos, a garantia de igualdade entre homens e mulheres bem como a protecção das minorias. Mesmo assim, Olof Palme está a precisar que alguém trilhe os seus passos, aprofunde o seu pensamento, arrisque ir mais longe na justiça de um mundo melhor. Em vida, acreditou no fim do
apartheid na África do Sul, combateu o avanço nuclear, foi defensor do
Exército de Libertação da Palestina e esteve ao lado da Cuba de Fidel Castro
contra o embargo americano. Em plena Suécia capitalista, acreditava na defesa integral de direitos de quem oferecia a sua força de trabalho. Era um homem que se entregava de corpo e alma ao bem comum…será que se
enganou?
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