Sonia Delaunay, com o nome de baptismo Sarah Stern, era natural de Gradizhsk, na Ucrânia. Foi pintora, figurinista, designer e tinha trinta anos quando chegou a Vila do Conde, para viver entre 1915 e 1917, e, assim, escapar à primeira grande guerra. Esta habitou na cidade costeira portuguesa com o seu marido, Robert Delaunay, e o seu filho, Charles Delaunay, este último viria a tornar-se uma figura de proa do jazz francês e do seu Hot Club de France.
Sonia
Delaunay gostava do sol e das festas populares, adorava a luz do norte de
Portugal. Amante da polivalência, da joalharia ao têxtil,
celebrava através da arte o ritmo e as combinações cromáticas, cunhando essa
energia e movimento de La Simultanée. Acredita-se que o casal de artistas,
enquanto a Europa guerreava, enfrentou essa fase vilacondense de forma bastante produtiva,
onde aproveitaram para criar em várias frentes em que estavam envolvidos, chegando
a ser presos pelo equívoco simbólico das suas pinturas expostas no exterior da casa. A acusação postulava que estes comunicariam com os submarinos que passavam ao largo, no horizonte marítimo.
Um
século depois, a sua casa de Vila do Conde continua por lá, intacta. ainda que, triste e amarguradamente, ouvem-se de
novo os tambores da guerra na terra materna de tão ilustre artista.
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