Fotografia: FN |
Não sabemos nunca o que dizer
sobre nuvens. Há quem já tenha escrito que as Nuvens Não Precisam de Almofadas.
Gostamos delas quando se mexem, quando se agitam, quando brincam no céu como
crianças no recreio. Gostamos menos quando ficam paradas, quando se instalam,
quando zangadas para nós olham sem saber o que dizer. Muito cinzentas sabemos
que mais cedo ou mais tarde irão chorar. A maior parte das vezes somos
impacientes com elas, rogamos-lhes pragas, fazemos preces para que passem e nem
sempre sabemos o que fazer com elas em dias felizes, a não ser que procuremos
nas gavetas poemas que não sabemos muito que direcção, rumo ou orientação lhes
dar, certamente depois de descobrirmos que afinal o seu instrumento de medição de velocidade e destino já ter sido inventado há muito, muito tempo: “Na rua do inventor do Nefoscópio/ incide
amplo e plúmbeo amplexo/ pesadas nuvens em inusitado branco/ luz rala em cinzento desfeita/ frenética oposição à
precisão/ arremessar a manhã ao sol de Maio/ devolvendo o algodão à superfície/"
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