sexta-feira, 9 de maio de 2014

As Nuvens, as Nuvens...

Fotografia: FN
Não sabemos nunca o que dizer sobre nuvens. Há quem já tenha escrito que as Nuvens Não Precisam de Almofadas. Gostamos delas quando se mexem, quando se agitam, quando brincam no céu como crianças no recreio. Gostamos menos quando ficam paradas, quando se instalam, quando zangadas para nós olham sem saber o que dizer. Muito cinzentas sabemos que mais cedo ou mais tarde irão chorar. A maior parte das vezes somos impacientes com elas, rogamos-lhes pragas, fazemos preces para que passem e nem sempre sabemos o que fazer com elas em dias felizes, a não ser que procuremos nas gavetas poemas que não sabemos muito que direcção, rumo ou orientação lhes dar, certamente depois de descobrirmos que afinal o seu instrumento de medição de velocidade e destino já ter sido inventado há muito, muito tempo: “Na rua do inventor do Nefoscópio/ incide amplo e plúmbeo amplexo/ pesadas nuvens em inusitado branco/ luz rala em cinzento desfeita/ frenética oposição à precisão/ arremessar a manhã ao sol de Maio/ devolvendo o algodão à superfície/"

Sem comentários:

Enviar um comentário