Cartaz do Amostram´isse |
sexta-feira, 28 de novembro de 2014
Curtas no Teatro Faialense
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
Poema
fosses depois das lágrimas uma ilha,
e eu chegasse para dizer-te adeus
de repente na curva duma estrada
e eu partisse a fumar
e o fumo fosse para se ler
e eu rasgasse o teu retrato
para vê-Io passar na direcção dos rios
e eu morresse
para ouvir-te sonhar
António José Forte in Uma Faca nos Dentes
quarta-feira, 26 de novembro de 2014
terça-feira, 25 de novembro de 2014
Convocação da Tristeza
junto de uma estante fria na noite
assomarei muito fumo, alguns versos e
o funny valentine
sem qualquer trincheira afastarei
o temor com a palma da mão
cuidarei das unhas dos pés da lembrança em brasa,
célula e choro,
pétala caída no esplendor do verão,
desolação em mim.
domingo, 23 de novembro de 2014
Da Sinceridade
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
Do Leitor
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
70 anos de Mau Tempo no Canal
Num texto ainda por ler e intitulado "O Homem Açoriano e a Açorianidade", o professor António Machado Pires terá escrito: “A ilha em que nascemos é um eixo do Cosmos, uma pequena-pátria, um mundo de referências matriciais [...], um ponto de regresso ideal, uma Ítaca em que cada um é o Ulisses da sua própria e secreta mitologia”. Este ilustre pensador profere, amanhã, dia 21 de Novembro, pelas 19h30, na Biblioteca Pública João José da Graça, na cidade da Horta, uma conferência sobre os 70 anos da obra “Mau Tempo no Canal”, de Vitorino Nemésio. Será uma honra, uma distinta e enormíssima honra, ouvir tal personalidade eloquente e fascinante falar sobre tão afamada "obra nemesiana".
Um Poema de Renata Correia Botelho
os livros ao sepulcro
das estantes, ao amor
janelas para cheirar a noite.
já nada nos lembra
que o poema só se forma
no fio da navalha.
Renata Correia Botelho, in Um Circo no Nevoeiro, 2009.
terça-feira, 18 de novembro de 2014
Da Poesia
domingo, 16 de novembro de 2014
Eu gosto da tua cara contra o fundo
circunstancial, ocupas o espaço por onde a rua
se intromete, as tuas pernas magras no passeio
como as de um fantoche que só mexe os braços.
Ao canto uma árvore fazia sombra pequena
na desconversa. Estavas mais ou menos
a dizer: nenhum futuro neste sofrimento.
O teu melhor ângulo.
Rui Pires Cabral
sábado, 15 de novembro de 2014
terça-feira, 11 de novembro de 2014
A Magnólia
nos passos seguros de quem não tem
temor aos versos. acabara ali
o verão selvagem dos teus olhos,
aquele lugar fundo de água
e de flores onde um cão zeloso
guarda ainda uma biblioteca
e o segredo maior da tempestade.
sem dizer uma palavra,
fui fechando atrás de mim
as alamedas de Manderley,
e saí para comprar uma magnólia.
Renata Correia Botelho, in revista “Telhados de Vidro”, Edições Averno, 2009.
domingo, 9 de novembro de 2014
A Propósito de Estrelas
por ele se interessar por estrelas
se me interessei por estrelas por me interessar
pelo rapaz hoje quando penso no rapaz
penso em estrelas e quando penso em estrelas
penso no rapaz como me parece
que me vou ocupar com as estrelas
até ao fim dos meus dias parece-me que
não vou deixar de me interessar pelo rapaz
até ao fim dos meus dias
nunca saberei se me interesso por estrelas
se me interesso por um rapaz que se interessa
por estrelas já não me lembro
se vi primeiro as estrelas
se vi primeiro o rapaz
se quando vi o rapaz vi as estrelas
Adília Lopes, in Quem Quer Casar Com a Poetisa?, Quasi Edições, 2001
sábado, 8 de novembro de 2014
sexta-feira, 7 de novembro de 2014
Ontem, escrito numa parede da cidade
-Alguns livros de poemas e 20kg de bagagem.
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
Nasceu no dia de hoje há 95 anos
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
A Volta do FAZENDO
O FAZENDO está de volta e com esta nova volta vai ter
que chegar aos cem. Número redondo. Lá chegaremos, sem pressas. Com muita gente
a desenhar, outras tantas a escrever, a imaginar e a fotografar. Um barco cheio
de gente no mar. E há quem vá lê-lo com o nome de Fazendinho, leitura para pequeninos
agentes das artes futuras. O FAZENDO agradece, coração grande. O FAZENDO talvez
necessite de sementes, de deixar lastro quando os graúdos se cansarem, se é que
um dia isso irá acontecer. Novembro é, portanto, o mês da sua chegada. Ou
partida, talvez para muito longe. O Tom Waits, sim, esse que disse que o piano
tinha bebido, cantou um mês de Novembro sem sombra, estrelas e lua, mas cá
estaremos nós para alumiar esta possível escuridão, este negrume e líquida invernia por vir. Fazendo
assim os possíveis e os impossíveis para chegar luminoso a cada vez mais gente.
Conseguiremos? Até já.