Alexandre O'Neill |
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
quarta-feira, 19 de agosto de 2015
sexta-feira, 14 de agosto de 2015
quinta-feira, 13 de agosto de 2015
Sol Posto
Leve é o efeito da luz no céu
cai em suaves quedas de azul
jorra a fonte serena: vida
doce nuvem sentada
ousado atrevimento falar
a melancolia é luxo e fortaleza
quando te irei de novo avistar?
Uma missiva estival para Janeiro Alves
Caro Janeiro Alves,
Retomo a minha existência após a implacável
missiva do meu caro amigo. O amigo Janeiro Alves talvez ainda não saiba mas a
sua missiva fez-me emagrecer 22 kilos e trinta e três gramas, e não julgue que
me fiquei por aqui. A sua carta ajudou-me a perceber que de facto tinha que
interromper a minha ingestão compulsiva de filetes de peixe bem como diminuir
os molhos e o vinagre, por sinal muito comuns nos restaurantes que tenho vindo
a frequentar. Ainda a real constatação que também não consigo voltar ao pão com
manteiga da infância e que fez com que iniciasse um processo psicoterapêutico de
longo alcance. Tenho em vista uma psicoterapeuta com a mesma idade para que
assim não sofra um conflito geracional. Espero, no entanto, ficar completamente curado nas
próximas duas décadas, se a psicoterapia assim o quiser.
Continuo, portanto, a viver acima das
minhas possibilidades ainda que, doa a quem doer, só pratico as minhas GM`s da juventude(Ginástica
Militar), o que me irá ajudar a ter uma vida mais regrada de acordo com a
sociedade vigente. Uma sociedade que não tolera o pneu e a flacidez está condenada a viver em cima de uma balança. Evitei também passear-me com divas internacionais na avenida
pois, como o meu amigo tinha avisado, esse facto provoca sempre alguma competição
no género masculino. No entanto, em virtude dos tão propalados excessos cometidos no passado, decidi
espalhar alguns cartazes por algumas cidades deste país com frases das respectivas divas
que falam sobre a forma como travaram conhecimento com a minha pessoa. Por
exemplo, a alemã Berta Schups proferiu um comentário muito verdadeiro e bem curioso, por sinal: “Vivi com o Doutor as melhores férias no sul
da Europa, um indivíduo culto ainda que desleixado. Ele não nadava em dinheiro mas fez com que eu conhecesse as melhores
sardinhas e jaquinzinhos lusitanos. Não sei dele desde o Verão quente de 1974,
espero que esteja tudo bem.” Não sei como chegaram até à Berta, mas desconfio que não foi através de nenhum desses banco de imagens moderno. Ela continua jovem e sorridente.
Como pode verificar, a sua missiva fez moça ao meu empreendedorismo em forma de badalo no passado assim como
à gestão da minha imagem no presente mas em nada abalou a convicção do meu mundo
interior, que é cada vez mais profícuo e próspero face às condicionantes e
circunstâncias verificadas na vida real. E como lhe agradeço o conselho de andar acompanhado de alguns
capangas para me proteger, sobretudo dos mosquitos no estio. Não fui até Bordéus, como o amigo Janeiro tinha sugerido, mas encontro-me numa região de bons vinhos e com óptimos filetes de peixe, não vá cair na tentação de voltar a comer.
Junto a esta carta, seguem os meus agradecimentos pelo envio de conservas Bom Petisco e uma garrafa de Macieira, que me ajudaram a sair de toda esta situação
constrangedora, ainda que bastante debilitado.
Se por acaso me vir por aí, faça o
favor de não me cumprimentar, pois estou à sua espera na tasca do costume para
desfrutarmos de um verdadeiro pitéu,
Com elevada e considerada estima,
O Professor Doutor
Doutor Mara
...
automóveis, rafeiros, gente,
vazio, calor, luz
desconhecido por toda a frente
e o mundo pelos lados
de muitas portas fechadas
de algumas janelas escancaradas
de que o vento às vezes tira a
roupa
para vermos num segundo de
deslize talvez
um sofá vazio
uma televisão acesa
ouvirmos
vozes ao fundo
(nada é nosso: até o som de uma
televisão
acesa dentro da casa de ninguém
reproduzindo a voz (e o rosto que
não vemos) de alguém —
vêm desaguar aos ouvidos de
transeuntes
de mares de outros acasos)
às vezes há gente que sai das portas
às vezes há cotovelos sob um rosto à janela
às vezes olha-se para cima e
todas as cores que ninguém alcança
às vezes olho para ti e só se
pode ver
o longe que é tudo
nunca estamos perto das
distâncias à mão
às vezes há gente que acena
só o inferno é mais opaco
nunca ficamos
e há sempre gente e coisas a
fazer imagens simples
para subir nos estilhaços de uma
explosão
de que sou um centro
com olhos abertos
e sede
escrever é inclinado
arfa-se
e a rua cai na boca
de uma ermida
Leonardo
Et blikk av uoppnåelig ømhet
Ilustração de Daniel Seabra Lopes |
Det blikket…
Søndag, søndagsformiddag,
Skulle det være slik, virkelig slik, vil det bli?
Det blikket, blikket ditt, det ansiktet, ansiktet
ditt,
Søndag, søndagsformiddag
Det blikket, blikket ditt, blikket ditt...
av en uoppnåelig ømhet
Søndag, søndagsformiddag,
Skulle det være slik, virkelig slik, vil det bli?
Det blikket, blikket ditt, det ansiktet, ansiktet ditt,
Allerede uten kirkesang, Gud, TV og fotball
Intellektuelle unge, ikke egentlig
Vite, uten å virkelig vite
Et ønske om å tilhøre eliten
Ingen elsket film som oss
Øktene startet tidlig, for tidlig (...)
(pequeno excerto do texto em norueguês de "O Olhar de uma Inatingível Ternura- texto para Liv Ullmann"), Fernando Nunes, tradução de Kristina
Øie Kvile.
terça-feira, 11 de agosto de 2015
FAZENDO 102
"Luchbotjes en zeewolken spelen tussen hemel en aarde"-capa de
Leonie Greefkens.
O Fazendo parte para férias e regressará em breve com novas cores, uma imagem renovada e outras tantas novidades. É assim desde o início e já lá vão sete anos. Retomará o seu percurso no início da nova estação. Até lá podemos ler este 102 com os conteúdos que apresenta: literatura, artes plásticas, ciência, novelas gráficas, música, passatempos e, inclusive, textos de intervenção. Caso possam, procurem-no nas ilhas do Faial, São Miguel, Terceira, Santa Maria e Pico, pois acreditamos que o prazer de ler a versão impressa é superior à visualização no computador. Se não for possível, ei-lo em versão digital bem como pode sempre espreitar os números anteriores em: www.fazendo.p
segunda-feira, 10 de agosto de 2015
O Périplo Finda, Mas não Cessa o Movimento.
I - Fuga, Passado e Estúrdia
II - Aventura, Descanso e Partilha
III - Nuvem, Navio e Moinho
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