There is nothing more valuable than beauty
domingo, 30 de abril de 2023
sábado, 29 de abril de 2023
Agnès Varda, Póvoa de Varzim, 1956
Agnès Varda, 1956 (Póvoa de Varzim) |
Da Inteligência Artificial
"A única maneira de ajudar é educar as
pessoas para a autodefesa. Podemos levar as pessoas a compreender o que é a IA é e o que não é. Acabar com a euforia e olhar para a
realidade como ela é. É basicamente como qualquer ideologia ou doutrina. Como é
que se defende alguém contra a ideologia neofascista? Educando as pessoas. Não
há maneira de impedir, não vai acabar nem desaparecer. Pode educar-se a
população para compreender como realmente são as coisas."
Noam Chomsky, in Ípsilon, entrevista de Ivo Neto e Karla Pequenino, 28 de Abril de 2023.
O Independentista
O tempo útil da viagem entre Ponta
Delgada e a Ribeira Grande. Aceitei os
argumentos. Não percebi para quê a
independência
se já o eram desde 1143.
Serem os mais portugueses de Portugal
talvez fosse a única razão. Por
último falei-lhe na monarquia. «Isso
resolvia tudo.» Foi a sua resposta.
Uma vida não pede cenário algum
muito menos a corrupção - não
se compara à mais perdida das paixões,
é somente a terra que pisamos e
onde temos o fio do passado.
Abri a porta de casa. Um país vive sempre
entre a luz e as trevas
fragor de rio caudaloso (chovera muito e
ouvia-se a ribeira sob a ponte) água
que se despenha das alturas
e se não for deste modo
não há destino
apenas seguimos atrás uns dos outros num
enterro, até ao último dia.
Geografia e história de um povo
esvaziam-se de sentido quando a sua
paisagem cresceu demais, além da bruma, além da noite.
sexta-feira, 28 de abril de 2023
quarta-feira, 26 de abril de 2023
Da Mediação Tecnológica
terça-feira, 25 de abril de 2023
25 de Abril: A Democracia Continua...
Fotografia de Tânia Neves dos Santos |
segunda-feira, 24 de abril de 2023
domingo, 23 de abril de 2023
"Nuvens": Vivam os Nefelibatas!
"Nuvens", Araucária edições (https://araucaria.pt/) |
Este
blogue viveu sempre de nuvens e de nefelibatas. Gente que vive, portanto, em
colaboração permanente com outros nefelibatas e demais estudiosos destes
fenómenos naturais. Este blogue já teve ao longo dos anos diversas nuvens nomeadas
em distintas línguas, expressas aqui em diferentes locais das ilhas. Houve também
uma peça de teatro em que uma das personagens elencava as nuvens que via no céu,
perdia-se na fantasia e nos sonhos de nuvens feitas almofadas, intangíveis.
Saúde-se,
pois, o lançamento de “Nuvens”, com textos científicos de Patrícia Vicens
Navarro, Diamantino Henriques e Fernanda Silva Carvalho, as fotografias de Alberto
Plácido, um texto poético de Eduardo Brito, sendo o grafismo de José Albergaria
e a edição de Blanca Martín Calero, com a chancela da Araucária Edições.
Este belíssimo objecto gráfico contém, na página 70, a seguinte pergunta: “- O que é uma nuvem? Uma
nuvem é um agregado de gotas muito pequenas, de cristais de gelo, ou da mistura
de ambos, cuja base se encontra acima da superfície do globo terrestre e pode
ser identificada desde o local de observação”. Misturam-se, assim, imagens, referências e descrições de nuvens polimorfas com o rigor científico de textos de autores com
credenciais na Meteorologia. A arte e a ciência lado a lado, como há muito não se via.
“Nuvens”
é, sem qualquer dúvida, um momento editorial de grande alcance no que toca às edições feitas neste recanto
insular. É pouco? Trata-se, sobretudo, de um objeto delicado, pautado por fotografias excelsas,
textos rigorosos e uma qualidade gráfica de gracioso recorte. Para ler e andar, quase sempre, com nuvens na cabeça!
sábado, 22 de abril de 2023
Da Verdade
Bertolt Brecht
sexta-feira, 21 de abril de 2023
Prémio Sophia Melhor Cartaz 2023
terça-feira, 18 de abril de 2023
Cinco Haikus de Naná da Ribeira
Tatuado nas axilas
Levá-lo-ei comigo para a praia no Verão
Permanecemos ansiosamente pueris
Como nuvens zangadas que podem chorar
Sei que não terei um busto no jardim
Pela paciência agradeço a ecolocalização
Acontecem muitas coisas comigo
Em que não sei atribuir sentido
Ou procurar um sentido subliminar
Calhou-nos viver só com o coração
Entre as escadas e o terraço
A nossa condição não corrompe o mar
segunda-feira, 17 de abril de 2023
domingo, 16 de abril de 2023
Da Guerra
sábado, 15 de abril de 2023
Design de João Machado
sexta-feira, 14 de abril de 2023
Do Amor
"Precisamos de cooperação para sobreviver, mas a cooperação é realmente difícil. Por isso, a evolução teve de inventar algo para nos subornar. E isso foi o amor."
Anna Machin, in Ípsilon, 14 de Abril de 2023.
"Apontamento" de Rui Machado
e como tudo seria diferente,
se há tantos anos neste mundo
acordasse um dia com outro fôlego.
Mas por algum motivo foi a carga suficiente
num caminho desenhado por baixo,
ainda que parecesse igual aos outros,
para calcorrear no seu todo
na duração de bater as asas.
É o que dizem as estatísticas: é mais fácil
adormecer habitualmente no já consumado,
ou amanhecer com as mesmas cores,
do que à porta de casa perdermos a chave
regra geral sem bagagem de volta.
in "Um Pouco da Alma", edição Núcleo Cultural da Horta, Outubro de 2022.
quinta-feira, 13 de abril de 2023
"Horta, Angústias" de Rui Machado
se passares à minha porta
porquê não importa quando
nem de soslaio não olhes
aqui ninguém mora
gota de orvalho inverso
roda o volante e refazendo faz-te
o motor não consegue pormenores
e tu como a linha na agulha
mais só não podias
apesar de arder e arder
nós adiados nunca mais haverá
faz de conta que foi há muito
tempo
eu aberto ao meio
Há 10 anos!
quarta-feira, 12 de abril de 2023
Design de João Machado
"O Porto em Cartaz" Design de João Machado |
segunda-feira, 10 de abril de 2023
Tremor: Décima Edição!
Marina Herlop (Fotografia Carlos Melo) |
Na noite de sexta-feira, marcada por algum frio primaveril, teve direito à actuação no espaço sumptuoso da Igreja do Colégio do músico açoriano Filipe Furtado – em breve fará a primeira parte do sueco “Jay-Jay Johanson” – projectando as suas melodias sussurradas, ao estilo da bossa nova, atingindo o auge na canção “Teresa da Nazaré”, por sinal, avó dele, oriunda do Nordeste, em São Miguel: “Teresa, tua fé/ Conta-me a história do teu primeiro amor/ Como se conquistava da janela/Teresa, Teresa da Nazaré”. Ainda na mesma noite, houve tempo para nos deleitarmos em golfadas de brit-pop, com um trio proveniente de Brighton, os “Penélope Isles”. Os irmãos Jack (guitarra) e Lilly Wolter (baixo), mais o “vizinho universitário” na bateria, incendiaram o Auditório Camões com as suas malhas e rifs de longa duração, permitindo ao publico render-se com a cedência dum aguardado encore.
Filipe Furtado (Fotografia de Carlos Melo) |
O encerramento da décima edição deu-se, como vendo sendo hábito, no interior do centenário Coliseu Micaelense e, agora, também nas Portas do Mar. No início da noite, o palco foi entregue à voz cálida e esfuziante da angolana “Pongo”, numa celebração de arromba com a vocalista no meio do público, em plena plateia, a dançar o Ku Duro e os presentes entregues aos festejos e serpentinas deste aniversário do Tremor em data redonda, abrindo as portas à onda e desbunda musical dos turcos “Lalalar” no outro lado da cidade.
Cine Teatro Açor: Nova Vida?
O Cine Teatro Açor teve origem nos idos anos 40 do século passado na freguesia das Capelas, pela mão de Henrique Costa Melo que, a partir de um celeiro edificou um cineteatro, servindo este, durante décadas, de ponto de encontro da sétima arte em toda a costa norte. A partir dos anos 90, com o aparecimento das cassetes de vídeo e dos canais televisivos, o cinema ficou reduzido a exibições esporádicas e às salas dos centros comerciais, não mais voltando a ter o fulgor de antigamente.
Foto de Glenn Rovroy em flick.com |
sábado, 8 de abril de 2023
"Quatro Estações" de Naná da Ribeira
De calções, toalha e chinelos
O mais adequado seria o guarda-chuva
quarta-feira, 5 de abril de 2023
Da Influência e dos Influenciáveis
“Aqueles que julgam que o futuro será sempre
pior do que o presente podem recuar 2500 anos e descobrir na Atenas Clássica
“influencers” diletantes, se por tal entender que, aparentemente, ganhavam a
vida sem fazer ponta de um corno. Sócrates não escreveu uma única palavra –
pelo menos que conste – e, no entanto, é um marco da Filosofia. Portanto, não
nos alarmemos com a actual enxurrada de “influencers”, mas sim com as pessoas
facilmente influenciáveis.
Javier Martín Del Barrio in Electra, Inverno-Primavera, 2022-23.