quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Oficinas de São Miguel: Serigrafia com Igor Boyer

O caderno impresso com serigrafias
(Fotografia de Carlos Olyveira)

Serigrafia de Dinis Botelho
(Fotografia de Carlos Olyveira)
A serigrafia tem vindo a conquistar entusiastas e seguidores em Ponta Delgada e isso ficou patente no workshop promovido pelas Oficinas de São Miguel. Uma dezena e meia de participantes realizou experiências e deu azo à criatividade e liberdade gráfica. Foi um processo orientado por Igor Boyer, artista natural de Aveyron, França, bastante activo na cena alternativa francesa, e que tem participado em variadíssimos projectos colectivos bem como investido em torno de publicações e organização de eventos performativos e sonoros. O resultado, tal como podem ver pelas imagens, é sempre esta arte próxima e singular.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

A Quatro Mãos


                               “Mas de repente dou por mim a olhar para o nosso quintalinho literário e a perguntar-me: que se passa? Os escritores não precisam de estímulos? A realidade, agora a cores, basta-lhe? É ela o grande ópio? Quase tudo sóbrio e a trabalhar por obrigação. Acabaram-se os O´Neill e os Pachecos (o Luís e o Assis), os cafés e as tertúlias de onde se saía, ou de gatas ou com a cabeça cheia de ideias para escrever, ou as duas coisas juntas. Grande parte da literatura caiu nas malhas de uma triste engrenagem comercial que se julga alegre e viva, mas é cinzenta e igual. Ninguém arrisca uma gargalhada forte, satírica (Júlio Conrado acaba de dar uma, mas a gargalhada ressentida também não é sadia), a poesia anda melancólica, a prosa vive de memórias, o ensaio, depois do vigor do Eduardo Lourenço, academizou-se (e por mim falo). Falta-nos seiva (vamos buscá-la, de vez em quando, aos livros de Maria Gabriela Llansol), falta-nos a verve visceral, o humor certeiro – sempre vamos lendo o “Fora de Mercado” do Jorge (Silva Melo). A literatura que se faz será séria, sólida e serena, mas raramente nos desafia ou faz estremecer. Está a ficar frouxa. É dos tempos. (…) A escrita profissionalizou-se, é o que é, - hoje, todos temos que ser “profissionais” sem professar coisa nem causa nenhuma. E por muito que muitos continuem a dizer em entrevistas que escrever é “uma necessidade” (Necessidade? Ah, a língua portuguesa, tão traiçoeira, e tão poucos a servir-se disso, a fazer desta necessidade uma virtude!), os resultados raramente convencem.”
João Barrento, in “A Quatro Mãos”, Público, 28 de Julho de 2001.

Andar nas Nuvens

Levanta apenas a cabeça
E é o mundo a extensão do mundo
Repousem sombrios nas mãos
São esses os frutos aéreos
Respiram em ti
Na profusão da terra

Um dia inteiro sustenta os olhos
Afunda as figuras que adivinhas
Tanto persistem, sempre mais revoltas

Onde adormeces quando partes?
Abraçar o tempo, andar nas nuvens.

José Manuel Teixeira da Silva, in Música de Anónimo, edição da Companhia das Ilhas.

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Se me Agiganto

Espero que te venha o sono
Que te deites cedo antes de eu chegar
Que isto de ser dois, longe de plural é tão singular

Paredes de empena já não vale a pena resta-nos arder
Que esta chama lenta já virou tormenta ao entardecer

Ninguém me diz o que há depois de nós
E se depois de nós os dois me agiganto

Eu já fui embora já marquei a hora pra não me atrasar
Já comprei bilhete, deixei-te um bilhete a descongelar
Os restos de ontem dão pró jantar

Ninguém me diz o que há depois de nós
E se depois de nós os dois me agiganto

in "Linda Martini", Linda Martini, 2018.

Quando eu parei de escrever

Fotografia de Carlos Olyveira 

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Hoje há quinta nocturna de poesia no Tascá.

Fotografia de Carlos Olyveira
“hoje, a noite de poesia não celebra nenhum aniversário e não comunica nenhuma sessão solene. ignorada como tem sido pelo jet-set, pelas superstars e pelos congressos do campeonato cultural, recearíamos ser solenes só para nós próprios, o que é ainda mais triste do que ser solene para os outros.
também receamos que não nos paguem as passagens para ir à capital passear o copo de gin muito bonitinho e enfeitado com o nome do arquipélago, com direito a uma salada-da-moda e a uns sapatinhos a condizer - devidos swag e circunstância incluídos no pacote.
claro que sabemos que a cultura é um rappel de domingo e quem não se aguenta na corda cai da parede e estatela-se na ignorância de ter pensado que havia alguma coisa de sério em tantas gravatinhas sentadas e atentas aos doutores. o desencanto serve-nos de pouco.
hoje, de facto, não celebramos nenhuma consagração. celebramos, com a gratidão dos copos e dos brindes, o gesto que a Sara Santos e o Carlos Alberto, sem aparatos-rtp ou afinados ardores e coros da capela, tiveram para com estas noites: ofereceram-nos dez livros de poesia para usufruto público, isto é, para quem passar pelas quintas nocturnas do Tascá.
por falar em Tascá, celebramos também que o Senhor Paulo Amado seja o melhor dos anfitriões de semana em semana em semana. o anfitrião que participa mais na noite de poesia do que as entidades culturais públicas todas somadas no arquipélago.
achamos por bem temperar o nosso anonimato com um pouco da histeria mediática geral.
se calhar não merecemos, porque não andamos a plantar peluches do Antero de Quental em tudo o que é jardim público. achamos que não é a distribuir flores líricas e beijinhos pela rua que se resolve seja o que for.
e achamos que a estátua está como está: cagada pelos pombos. 
(é. a cidade dos poetas é Ponta Delgada, mas este fornecimento das noites de poesia semanais no Tascá veio da Rua Manuel Paulino de Azevedo e Castro, 3, 9930-149, Lajes do Pico).
Obrigado, Companhia das Ilhas.
Obrigado, Tascá.
Obrigado, João Habitualmente:
«e agora não agradecemos a mais ninguém
porque vamos comer um bom bife
talvez devêssemos agradecer
à defunta vaca
porque sempre em tudo o que façamos
sem dúvida contraímos
obrigação de comer um bom bife
e foder uma garrafa de verde
o que é um acto poético
de incomensurável estética.»
Leonardo

Ontem, escrito numa parede da cidade

As coisas são comoção

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

O Regresso de Janeiro a Meio de Fevereiro

 Magnífico Doutor Mara,

Espero que esta aguardada carta o encontre dotado de todas as suas capacidade físicas e intelectuais, e que não se deixe deslumbrar pela ilusória circunstância marítimo-turística insular – é muito fácil cair em desgraça.
Lamentavelmente não lhe pude escrever mais cedo, pois não me ocorreu e como pode imaginar só eu próprio me poderia lembrar de o fazer. Por razões de segurança não lhe poderei fornecer a precisa localização de onde estive este mês e meio, mas para alimentar a sua fértil imaginação,  posso-lhe dizer que estive sediado num lugar a vários quilómetros daqui.  Fica portanto a saber que não estive cá. Mas o Doutor Mara, que é um rapaz curioso desde os nossos tempos de faculdade, deve estar a perguntar-se “mas que raio esteve ele a fazer tão longe?”. Descanse Doutor, que já lhe conto. Antes, abro um parêntesis para expressar a minha mais profunda preocupação com o facto de, na minha ausência, algumas destas cartas terem sido roubadas e publicadas publicamente, o que duplica a minha insatisfação e me deixa estupefacto, sobretudo pelo facto de você desconfiar que lhas tiraram do seu realmente sobretudo. Não querendo aprofundar este lamentável episódio, quero porém deixar claro que não concordo de todo com aqueles que falam da sua negligência e até conivência com os larápios, por forma a obter vantagem financeira pessoal ou qualquer outro tipo de favorecimento mais perverso que de tão perverso nem é digno de aqui ser redigido. Não. Não acredito nesses diz que disse, sei perfeitamente que o seu sobretudo está apinhado de bolsos e que nem sempre é fácil organizar a papelada. Fico porém piurso com a situação. Assim que soube dei um murro na primeira mesa que encontrei.
             Voltando à minha ausência, devo dizer-lhe que é mal empregue o dinheiro que paga aos seus informadores, pois nada do que diz a meu respeito corresponde à verdade. Não estive em campeonatos de jogos de azar. Com sorte fui a um ou outro concerto de música experimental, mas sempre com uma barba postiça e botas de camurça para não ser reconhecido. Na realidade, estive a conceber uma obra conceptual minimal, uma monumental instalação artístico-paisagísta de carácter híbrido, que irá estar patente num dos grandes museus de Lisboa em breve, e que me abrirá muitas portas. Julgo que começarei finalmente a ser convidado para os melhores cocktails da cidade em rooftops particulares cheios de gente queimada mesmo no inverno. Mas se quer saber mais, e mais e mais, terá de esperar um pouco mais, e mais e mais.
            Por fim, compreendo a sua incompreensão relativamente à presumível distinção da minha obra literária, pois julgo haver um verdadeiro e categórico equívoco. A única coisa que escrevi no ano de 2017 foi um compêndio geral de plantas exóticas, que foi um fracasso de vendas e me levou à rescisão de contrato com a editora do meu primo afastado Sousa Penetra. Mais uma vez julgo estarmos perante uma brincadeira de mau gosto lançada com o intuito de denegrir a minha imagem, mas eu não me vou deixar abater. Não sei de nada, não ouvi nada, acabei de nascer e mal sei falar.
Gugu, dada
Janeiro Alves

A Meio de Fevereiro a Missiva para Janeiro

Caro Janeiro Alves, 
         
          Escrevo-lhe com alguma urgência já que urge o meu banho de mar...sinto-me com o corpo entorpecido, com défice de entusiasmo e energia e à espera do respectivo choque térmico necessário para o começo de mais uma semana de trabalho. Sob forte efeito da curiosidade está este meu estado mental, pois nada sei de si, meu bom amigo. Eis que entro por Fevereiro adentro e esta é a altura em que por vezes me dedico a reflexões de inclinação geográfica e melancólica: Por onde andará Janeiro? Que selo trará a sua próxima missiva? Que chafarricas literárias ou casas de pasto se encontra frequentar? O que levará vestido Janeiro aos domingos com o frio que se faz junto do Panteão? 
         Desta feita, tenho notado em mim o peso da sua ausência na caixa do correio, já que por ali apenas moram facturas, notas de débito e demais avisos das rebaixas recentes dos vinhos nos hipermercados. Entretanto, algo me tem deixado com alguma esperança, já que me disseram que o tinham visto em bailes de Carnaval, concertos de música experimental ou que presenciaram o seu semblante em jogos de bilhar, carteados, xadrez, gamão e houve até mesmo quem me garantisse que o viram num campeonato internacional de dominó… Não minto ainda se disser que não esperava ouvir o que ouvi. O que é um facto é que ouvi algures que o amigo Janeiro irá merecer a distinção de melhor obra literária em 2017. Mais uma vez, incompreensível. 

Um impaciente abraço 
Doutor Mara

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Myosotis Azorica

 Se o sangue correr e subir
ao cimo do verde da montanha
agarra a única certeza
reconhece pétala a pétala
provavelmente assim provarás
a sua existência é fruto
de uma inglória narrativa
pois à noite já não aguardamos
o amanhã de te avistar

Fajã Grande, verão de 2012

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Grotta nº2 na Livraria Solmar, às 19 horas


   
“É verdade que os Açores e a Irlanda são verdes, como está vestido de verde a mítica figura do duende irlandês no fim doo arco-íris, guardando o seu pote de ouro. Não há como contornar a biologia. Três partes de água para uma parte de terra e temos a profusão de cores com o verde a imperar. Mas há mais. O verde das ilhas, sim, mas os vários tons de azul do mar, aquela alternância de reflexos bicolores entre o cinzento e o azul do céu. O mar cerca-nos e o céu fecha-se. Resta-nos o verde, com um fundo de estúdio sobre o que podemos projectar o que quisermos.”
Pedro Santo Tirso in Grotta-Arquipélago de escritores nº1, 2017

domingo, 11 de fevereiro de 2018

Da Esperança

           "Durante a Grande Depressão, que tenho idade suficiente para recordar, era mau...muito pior, subjectivamente que hoje. Mas havia uma expectativa de que as coisas iam melhorar. Havia um autêntico sentimento de esperança. Hoje, não há."
Noam Chomsky, in P2, Publico, 11 de Fevereiro de 2018.

sábado, 10 de fevereiro de 2018

Prova dos Nove

andamos neste chão há séculos de meio de mar,
desenhando o nosso rosto sobre o rumor do linho.
aqui o tempo é um sudário do horizonte.

Emanuel Jorge Botelho, in "Os Ossos Dentro da Cinza", edições Averno, 2017.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Documentários: A Arte está na Rua!

Hoje estreia nas salas portuguesas dois documentários que nos propõe uma reflexão sobre a Arte: “Beuys” de Andres Veiel e “Visages Villages” de Agnès Varda e Jr.
“Beuys” dá-nos a ver a vida e obra do artista alemão, Joseph Beuys, após três décadas do seu desaparecimento. O realizador Andres Veiel conseguiu um vasto arquivo de imagens inéditas do artista que ficaria imortalizado com o seu chapéu de feltro. Joseph Beuys, para alguns considerado um artista visionário, acreditava que a arte devia chegar a todos ao mesmo tempo, daí ter plantado sete mil carvalhos com sete mil pedras espalhadas por Kassel, Alemanha. “A provocação faz com que qualquer coisa ganhe vida” dizia o artista/activista que fazia questão de manifestar a sua ideia de arte revolucionária por esta ter origem na criatividade, ao influenciar o aparecimento da democracia bem como o alargamento do conceito de arte a vários contextos e camadas sociais.
A partir da ideia de colar retratos em grande escala nas paredes ou mesmo em outros suportes, a realizadora Agnès Varda(88 anos) coassina com o fotógrafo e muralista Jr (33 anos) o documentário “Visages Villages”. A autora de “Os Respigadores e a Respigadora” e o fotógrafo viajaram pelo interior da França em busca dos seus novos protagonistas, retomando o gosto de ambos pelas imagens e pela arte do encontro.


quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Aprendizagens Essenciais

Ter vinte anos é mágico já que o pesadelo
ainda se anuncia lá ao longe
não ocorre pôr de lado qualquer empreitada
surgimos fundidos na fotografia
de acordo com descrições e orientações
ligeiramente prescritas
avançaremos na idade sem instruções
julgando ter cumprido minimamente o programa
voluntariosos cumprimos compromissos 
com dúvidas apagadas em base comum
presos à ténue referência que retiram
vigor e  virtude na correria  
atrás do prejuízo.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Conservamos os Veleiros Sem Cuidar do Pano das Velas

             
Desenho de Petar Šćulac 
              


                  E se as formigas voassem, os garajaus falassem e as cagarras fossem infiéis? Seríamos felizes ao entardecer? E se as baleias mastigassem? Sobre uma companhia teatral abate-se uma tragédia: o texto a encenar não está concluído. Um produtor ansioso quer muito pô-lo em cena muito em breve. Um encenador conhecido é aguardado e convidado para montar a peça numa ilha. O autor do texto encontra-se encerrado no seu quarto e bloqueado sem acesso ao mundo. Os actores vão recebendo instruções para ensaiar tal como ténues orientações do texto. Entretanto, enquanto aguardam, vão falando sobre o tempo lá fora, a pesca do bacalhau, o período da Guerra Fria e o fim da história. Este é um projecto que, partindo do drama da incompletude da peça, dramatiza e problematiza uma reflexão em torno do acaso no processo de criação, mas também da reflexão quotidiano, da história e dos contornos políticos. É um projecto que resultará de um trabalho de parceria com os actores voltando a reunir a equipa de Sala de Embarque que irá construir, improvisar e recriar de novo um texto irrepetível.

domingo, 4 de fevereiro de 2018

Situação da Arte - Inquérito junto de Artistas e Intelectuais Portugueses

  “-Eu conheço muito mal a arte. Sou novinho e normal e ando nos estudos. Este ano o senhor professor está a ensinar-nos o que é a estética. Eu ando a ler um livro muito bonito feito há muito tempo por um senhor que já morreu chamado Platão. Isto porque já os antigos se preocupavam com estas coisas. Faço quadradinhos, o que me dá o direito a ser tratado de artista plástico, e agora chamam-me intelectual português, e quem sabe se não me estragaram a vida toda ou se me não estragaram toda a vida. Ou assim. E então artista plástico faço uns quadros. E os artistas plásticos têm de ser burros, o que é pelo menos a primeira coisa que as pessoas (certas) estão à espera (ainda) que eles mostrem. E afinal que digo? Meus senhores, a arte é, isto é, tinha obrigação de ser, o meu ganha-pão. E aí, a arte é uma coisa séria. Et là je m´énerve. Eu gosto muito da arte.”
                                     Eduardo Batarda 

Shane MacGowan: Parabéns!

            
         
Assisto agora ao vídeo de celebração dos 60 anos de Shane MacGowan, concerto realizado no dia 15 de Janeiro no National Concert Hall, em Dublin, na Irlanda, sobretudo  o momento em que Nick Cave canta "Summer in Siam". Para além do músico australiano estiveram presentes: Johnny  Deep, Bono, Sinead O'Connor, Lisa O'Neil, Glen Hansard, Imelda May, entre tantos outros. Desta feita, enquanto se ouvia o tema “Summer in Siam” o aniversariante entrou em palco de cadeira de rodas e de copo de tinto na mão, erguendo o braço e cantando lado a lado como o músico dos Bad Seeds. O público entrou de imediato em delírio e lembrei-me dum concerto dos "The Pogues" no Porto, julgo ter sido no Estádio das Antas, nos idos anos noventa (terá sido o único?) e em que Shane Macgowan entrou em palco, primeiro sozinho, gritou para a plateia: "Good night Oporto!" De t-shirt preta e empunhando uma garrafa de vinho do Porto e com uma baqueta na outra mão, mostrou a dentição e anunciando que algo naquele instante se iria passar…partiu a baqueta com os dentes  e correu com aquela garrafa de um lado para o outro, já com os músicos dos "The Pogues" presentes, incendiando a multidão que enchia o espaço, que não mais parou, desatando aos saltos e pulos, num rodopio de folia interminável. Recordo que durante hora e meia aquele pavilhão das Antas só conheceu a alegria, a boa disposição e uma música inolvidável. Por isso e por muito mais, aqui ficam os agradecimentos e os parabéns mais do que merecidos!

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Monte dos Vendavais

Uma mesa de nêsperas é notada
aos maracujás conto-os para não esquecer
ao beber aquele copo de água translúcida
Sei que a luz é a forma mais segura
de pousar as mãos sobre a escassez
deambular sobre pequenos montes
como quem permanece nos sítios 
sem precisar de palavras para enaltecer o uso
ou assim prezar a natureza de extremos
à semelhança dos vendavais que nos cercam
e tudo arrasam.