vale mais que uma vida ou a alegria de tê-la.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022
Lembrar os Versos de Jorge de Sena
vale mais que uma vida ou a alegria de tê-la.
sábado, 26 de fevereiro de 2022
"A Água Corre para o Mar" em Exposição
Aí está, nas paredes do Centro de Artes Contemporâneas - Arquipélago, o produto final dos trabalhos das turmas do 2ºciclo da Escola Básica Integrada da Maia e da Escola Rui Galvão de Carvalho com o título "A Água Corre para o Mar". O convite surgiu há dois anos, quando sob o signo da criatividade, a Cresaçor e o Museu Carlos Machado decidiram explorar o património inerente à Maia e de Rabo de Peixe convidando as respetivas escolas. Acresce a tudo isso, a colaboração do Plano Nacional das Arte e o Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas, que perspectivaram e refletiram esta afinidade comum. Por último, surge Cláudia Varejão que acompanhou o projecto, enquanto artista residente, agregando professores e alunos, exponenciando esse único desiderato. O resultado pode ser visto a qualquer hora da semana em que o espaço se encontre aberto e, com toda a confiança, vale bem a pena!
terça-feira, 22 de fevereiro de 2022
domingo, 20 de fevereiro de 2022
sábado, 19 de fevereiro de 2022
"À Sombra dos Jacarandás" de Ana Hatherly
Da Classe Social
Os Filhos da Madrugada: Vitor Cardoso
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022
"Rock n Roll Consciência - Letras”, de Thurston Moore ao Cair da Tarde
Dou por mim a ler um caderno antigo que me acompanhou no regresso à ilha onde agora habito e fixo uma citação do músico norte-americano, Thurston Moore, fundador dos Sonic Youth, ao “Açoriano Oriental”, a 1 de Março de 2016, aquando da sua passagem por aqui: “A primeira coisa para que me alertaram quando cheguei aqui foi para o estado do tempo, com as quatro estações a acontecerem no mesmo dia. Fiquei espantado, mas já me apercebi que é mesmo assim: o sol, a chuva, o céu azul, ou o céu nublado podem caber num intervalo de apenas seis horas…contudo achei logo os Açores um óptimo lugar para a inspiração. Pelo que me dizem, esta é uma terra de poetas e sempre me interessei pelos lugares que levam as pessoas a escrever e sobre os ambientes que as inspiram.”. Lembro-me, portanto, de ver este músico em cafés que eu próprio frequentava, numa postura acessível de quem sabe que a fama do rock sónico não rimava com ilha verdejante de tempo lento, para lá das variações climatéricas a meio do atlântico.
Entretanto, estamos no final de mais uma semana e, ao cair da tarde, recebo um telefonema de uma amiga de visita à cidade, a convocar-me para reencontro. Eis que chego já tarde ao local combinado e, em cima da mesa da livraria da respeitada instituição, avisto um livro com o título “Rock n Roll Consciência - Letras”, de Thurston Moore, realizado na Tipografia Micaelense, com os dizeres na contracapa de edição com apenas 100 exemplares, todos eles assinados pelo autor. Folheio o livro, ávido e atónito com a impressão em tipografia, observo as canções nas duas línguas e contemplo as fotografias do livro (uma paisagem, uma árvore, o respetivo músico sentado na soleira de casa de pedra, uma fotografias de composição na tipografia e uma do tipógrafo Diniz Botelho). De imediato, pergunto o preço do livro aos funcionários da livraria que, após alguma demora, alegremente soltam a resposta; “- É gratuito!”. Saio para esse reencontro do café com chocolate com uma sensação de ter encontrado um tesouro, provavelmente um acaso carregado de simbolismo, cinco anos depois. Desconhecia tal feito, eu que observei ao longe a passagem pela ilha de tão ilustre personagem do mundo sónico, não fazia ideia de tal publicação. Talvez, por esse motivo, sinto-me agora agradecido. No entanto, o meu amigo, Diniz Botelho, mestre de tipografia, já cá não se encontra, e, esse, sim, era uma pessoa a quem me habituei a agradecer! Em consciência!
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022
terça-feira, 15 de fevereiro de 2022
"Uma Praia Sem Saída" de Naná da Ribeira
apenas tu e eu
apartados
observando em silêncio
vagas cristalinas, crescentes,
em provável desígnio comum
A fuga em frente
desconfiança mútua
hesitação latente,
eis a nuvem sombria
no areal deserto
deste assolado Fevereiro
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022
"Cataratas" de Jorge Sousa Braga
in "O Poeta Nu", Poesia Reunida, Assírio&Alvim, Junho 2007
Do Amor
Agostinho da Silva
sábado, 12 de fevereiro de 2022
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022
Laudalino Pacheco da Ponte: o retratista da Maia!
A Maia é uma freguesia da ilha de São Miguel com 1900 habitantes e conta com a Fábrica de Chá da Gorreana e o Museu do Tabaco. Era lá que vivia o Laudalino da Ponte, conhecido também pelo “retratista” da Maia. Laudalino da Ponte trabalhou durante muitos anos na Fábrica de Tabaco da Maia e, como atividade preferencial nas horas livres, gostava de fotografar pessoas, tirar retratos. A pé ou de mota, sempre com a sua máquina fotográfica ao peito, calcorreava a ilha e aproveitava para registar todas as celebrações de vida: baptizados, casamentos, aniversários, matanças do porco e festas do Espírito Santo. Era comum pedir às pessoas, aos locais, para serem fotografados. O seu espólio anda à volta de 157 mil fotografias e este conjunto vai de 1963 até 1975. A Margarida Medeiros reuniu este "corpo fotográfico" que se encontra reunido neste livro, quase dois anos a compilar doze anos de imagens. O mundo de Laudalino da Ponte parece não existir mais, ainda que aquelas pessoas nos pareçam tão próximas e familiares. A edição deste livro é um gesto de delicadeza a uma comunidade, o enaltecimento da vida de alguém que documentou uma época, um período histórico específico, fixando uma experiência existencial numa ilha atlântica. Lá dentro, para além das fotografias a preto e branco, há textos de Maria Emanuel Albergaria e João Leal. A Blanca Martin Calero e a Araucária Edições (https://araucaria.pt/) estão, obviamente, de parabéns!
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022
terça-feira, 8 de fevereiro de 2022
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022
Os Filhos da Madrugada: Rita Rato
“Era um espaço muito aberto (Biblioteca Municipal), aonde podíamos ir buscar livros, descobrir coisas que não tínhamos, onde fiz trabalhos de grupo. Felizmente sempre vivi em casas onde existiam livros. Alguns amigos, os únicos livros que tinham em casa eram livros de escola. Estamos a falar do final dos anos 80. Também havia acesso a um conjunto de ofertas culturais. A primeira vez que fui ao teatro e vi a Maria do Céu Guerra foi em Estremoz, não foi em Lisboa. A primeira vez que ouvi ópera foi em Estremoz. O poder local permitiu isso. Uma política cultural e desportiva muito próxima das pessoas. Sinto que ter nascido em 1983 e não ter nascido em 1963, foi transformador na minha vida.”
in "Os Filhos da Madrugada", de Anabela Mota Ribeiro, Temas e Debates e Círculo de Leitores, Novembro de 2021.
"Os anos 20 um século depois" de Bradley W.Hart
Esse fenómeno não se circunscreveu à Alemanha – por toda a Europa, durante os anos 20, os artistas começavam a romper com convenções e “regras”, Matisse e Picasso, entre outros, aproximaram-se dos estilos e cores pelos quais são famosos nos nossos dias. Encontramos uma crítica semelhante ao mundo de antes da guerra dos anos 20 no movimento Bauhaus. Em meados da década, Walter Gropius e seus associados tinham introduzido princípios radicais de design que ainda hoje mantém a capacidade de nos chocar. Estes projectos faziam bem mais do que romper com as tradições artísticas do período clássico ou com os estilos arquitectónicos cada vez mais datados que durante tanto tempo dominaram a Europa. Tratava-se de construir um futuro liberto da morte e destruição do passado."
"A Débil" de Cesário Verde
Os Filósofos e o Amor
"Frase curiosa e delicada, "no amor, ao mesmo tempo que nos revelamos a nós mesmos, é um outro que nos é dado com a sua história, as suas possibilidades, o seu universo. Isso é-nos sempre oferecido envolto em mistério, o outro é-nos simultaneamente próximo e estranho, senão já não seria outro. Observarmos o nosso amante, sentimo-lo como uma evidência, quase como uma extensão de nós mesmos e no entanto perguntamo-nos o que pensará ele, o que sentirá, quem é ele, no fundo."
in "Os Filósofos e o Amor" de Marie Lemonnier e Aude Lancelin, tradução de Carlos Vaz Marques, edição da Tinta da China, Maio de 2010.
sábado, 5 de fevereiro de 2022
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022
Tendencialmente Ridículos
Mas a gente não se consegue livrar disto. Do "bom dia, sotor", do "deseja um cafezinho, sotor?", do "ponham lá o sotor num quarto individual". Não conseguimos arrancar da pele este servilismo que anos de miséria e ditadura nos tatuaram. E nem nos apercebemos de que somos risíveis nas nossas formalidades e nos nossos doutorismos. Estamos cegos, digo eu. É cultural, dirão outros. O respeitinho é muito bonito dirão os que nunca conseguiram desprender-te do sentimento de inferioridade ou, no outro extremo, os que acreditam que "dantes" é que era.
Sabem, cada vez mais acho que somos um povo tendencialmente bom. Pena que também sejamos tendencialmente ridículos."
Da Ornitologia...
in Diário dos Açores, 3 de Fevereiro de 2022.
Os Filhos da Madrugada: Joana Cabral
"A forma como uma pessoa é educada, num ambiente de liberdade, permite, também, à mente, ser mais criativa e expansiva. Quando uma pessoa cresce num meio castrador, desenvolve-se, não é stresse pós-traumático, mas, do ponto de vista do pensamento, a pessoa tem medo de ter ideias diferente, de questionar. É muito importante isso e a busca da verdade. Não haver uma resposta."
in "Os Filhos da Madrugada", de Anabela Mota Ribeiro, Temas e Debates e Círculo de Leitores, Novembro de 2021.
"Avenida da Liberdade" de Alexandre O´Neill
enquanto esperamos por uma outra
(ou pela outra) vida